Brasileiros Participam da Ocupação na Times Square

Fonte:  Comunidade News

Movimento que começou em Nova Iorque e se espalhou por várias cidades, teve brasileiro como um dos idealizadores.

Sábado às 17 horas, a Times Square foi tomada por uma marcha de 2 mil manifestantes vindos de Wall Street, agregando-se a outros grupos de todas as áreas de direitos humanos que já estavam por lá com seus tambores, cartazes e gritos de guerra. O protesto denominado de Occupy Wall Street contou com algumas milhares de pessoas que lutavam a favor da punição dos culpados, incluindo bancos e políticos, de toda a crise financeira e corrupção mundial. Também recebeu brasileiros que, por diferentes motivos, fizeram parte desse momento histórico que começou em Nova York tendo como um de seus idealizadores justamente o brasileiro Alexandre Carvalho.

Crianças, animais, guitarras, violões, cantorias e cartazes fizeram dessa uma manifestação primordialmente pacifica. O paulista André Segolin admite que não estava muito envolvido, mas achou o movimento importante: “Acho válido, por causa da falta de honestidade entre governo e o mundo business, porque ninguém fez nada. Fui de curioso e apoiando a manifestação de uma certa forma”. Ele também fez parte de um dos grupos que se organizaram para o evento.

Algumas pessoas tentavam passar pela Times Square, bem no meio do protesto, com bastante dificuldade devido ao grande fluxo de gente, sem saber ao certo o que estava acontecendo. Livia Tinoco, de 36 anos, era uma delas. A brasileira estava em Nova York a passeio e disse que apesar do tumulto, foi possível fazer todas as suas coisas: “Esse protesto é exatamente o quê? Contra investimentos de guerra?”, ela nos perguntava. “Eu sabia de uma movimentação na área financeira da cidade, mas não sabia que aconteceria hoje aqui todo esse movimento. Sinceramente, pra uma cidade do tamanho de Nova York, não me impressiona esse número de gente reunida, protestos acontecem o tempo todo em todas as partes do mundo”.

Já Virna Leite, 32, pensava diferente: “Desde o Impeachiment do Collor, do qual eu era pequena mas participei, não me recordo de outro movimento significativo no Brasil e esse protesto já chegou lá também. São mudanças que precisam acontecer, não podemos mais fechar os olhos para todas as coisas erradas que acontecem no mundo. E, como podemos observar em outras manifestações, as mudanças têm que partir do povo, só a força popular consegue atingir os representantes poíticos e fazer algo”. A brasileira aproveitou também para fazer contatos e conhecer pessoas que pensam como ela.

Carolina Neri, de 30, mora em Nova York há 6 anos, mas faz parte do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que existe no Brasil desde 2009. “Esse movimento começou e tomou força nas redes sociais, como está acontecendo com o Occupy Wall Street, que já é grande e representa muito o que está acontecendo no mundo todo. É incrível a proporção que esse protesto tomou, começou há um mês quase que desacreditado e hoje já é mundial” disse Carolina.

Apesar de algumas pessoas taxarem o Occupy Wall Street como um movimento hippie e de desocupados, o que foi visto na Times Square naquela bonita tarde de outono no último sábado foram pessoas e famílias de todos os níveis sociais e culturais protestando para achar os responsáveis pela crise econômica mundial e, ao mesmo tempo, cada um trazia sua própria indignação e seu motivo para lutar. Como esse é um movimento basicamente anarquista em sua essência, pois não tem uma liderança específica e nem apresenta uma proposta alinhada de mudanças, as pessoas aproveitaram para dizer aquilo que mais as incomoda no mundo. “Não é porque não tem uma liderança que não é válido”, opinou Carolina. “Eu acredito num mundo melhor, num país melhor. Vim para o protesto pois não me conformo que com tanta corrupção, tanta sacanagem e dinheiro sujo, ninguém seja responsabilizado! Isso é um absurdo e o protesto vem aí para alertar sobre esses fatos”. Por sua vez, a brasileira tentou trazer outros amigos de solo tupiniquim, “mas muitos se esquivaram, deram desculpas, não estão mesmo interessados”.

Há também quem não acredite que os 99% sejam a maioria. Paulo Soares, 48, estava indignado com o que via: “Posso falar o que eu acho? Que todas essas pessoas deveriam estar indo procurar emprego e parar de querer tirar os de quem já tem”. O brasileiro passava pela rua 46 no momento em que alguns policiais fechavam as ruas e impediam sua passagem para o outro lado. “Isso não vai dar em nada, logo logo será uma mera lembrança”.

 

Reproduzido com permissão e em parceria com a Comunidade News.

 

Comunidade News

Comunidade News é um jornal voltado à comunidade brasileira em Massachusetts. Comunidades News tem uma parceria com Brasileiros nos Estados Unidos pela qual temos permissão para reproduzir o conteúdo abaixo.

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um Brasileiro
um Brasileiro
11 anos atrás

“…“Posso falar o que eu acho? Que todas essas pessoas deveriam estar indo procurar emprego e parar de querer tirar os de quem já tem…”

Toda esta algazarra “a la brasileira” somente nos faz lembrar os Movimentos dos Sem Terra – MST. Os MST da França almejavam ser reconhecidos pelo Governo Francês, porém a resposta foi: “Querem ser reconhecidos por nós, pois bem, reconheça-os como – vagabundos.” Daí por diante, logicamente, iniciaram o processo de anarquia: quebraram diversas lojas, automóveis, depredaram tudo ao seu redor. Logo após, o Governo da França colocaram todos para morar em guetos, distantes da Civilização.

Glauco
Glauco
11 anos atrás

Olá, tenho 17 anos e futuramente penso em viajar para os EUA e talvez morar.
Penso também em conseguir cidadania americana, mas não sei muito sobre isso.
Poderiam me ajudar?
Obrigado.

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