Brasileiros Dão Golpe em Donos de Casa em Massachusetts
A procuradora geral de Massachusetts, Martha Coakley, indiciou há pouco mais de 10 dias um grupo que envolve brasileiros por apropriação indevida de $ 350 mil de pessoas que confiaram a três organizações os depósitos equivalentes a 25% de sua rendas brutas para renegociação de dívidas de hipotecas. A ação fraudulenta pode deixar dezenas de pessoas sem casa e os cinco acusados presos.
Segundo a procuradora, o grupo usava argumentos mentirosos para convencer proprietários de casas em dificuldades financeiras a tentar uma renegociação com os bancos. Martha eles prometiam ajudar quem estava enfrentando leilão e garantiam que ninguém perderia suas casas.
Em tempo: a cobrança antecipada para intermediar negociações de hipotecas é uma prática proibida em Massachusetts e o grupo burlava as leis, alegando que os depósitos regulares de 25% da renda bruta da família seria um argumento para convencer os bancos credores.
A investigação da procuradoria revelou que o dinheiro coletado pelas organizações (Alliance AFAH e The Global Advocates Foundation Inc., ambas com escritório no 397 da Broadway em Everett e a Alliance for Hope Network, Inc., de Framingham) foi usado para pagamento de contas pessoais de seus diretores.
Em programas de rádio onde anunciava regularmente, o diretor executivo da Alliance for Affordable Housing, Obeilson Matos, dizia que as organizações sem fins lucrativos ofereciam serviços jurídicos e financeiros. Mas raramente citava sobre as taxas cobradas. Além dele, estão envolvidos no esquema Gailon Arthur Joy (de Boylston), Pricila Trancoso Silva (de Revere), John Charles Schumacher (de Lancaster) e Paula Carvalho (de Framingham).
geral do estado, os réus forçavam os proprietários a efetuarem os depósitos mensais, alegando que esse valor era necessário para tornar a pessoa elegível ao “programa de alívio de hipotecas”.
A denúncia feita no Tribunal de Justiça do Condado de Suffolk mostra que, entre março de 2010 e outubro de 2012, os réus coletaram dos proprietários mais de $ 350 mil em depósitos. A promessa era de que este valor serviria para ajudar a amortizar a dívida existente. Mas a organização usou os fundos para despesas pessoais, incluindo custos habitacionais, taxas de seguro de automóveis, restauração de veículos e impostos dos mesmos.
Os réus, segundo Martha, eram tratados como organizações filantrópicas e estavam isentos de impostos, ‘mas operavam como empresas visando lucro para seus diretores e conselheiros’.
Em setembro, a Alliance for Affordable Housing estava contratando uma agência de publicidade para iniciar uma campanha em tevês brasileira e hispânica. O diretor Obeilson Matos chegou a preencher cadastro para a organização na TV Globo Internacional e na Telemundo. Mas as campanhas não chegaram a ser gravadas.
Uma cliente lesada pela Alliance for Affordable Housing disse que gastou $ 6 mil em depósitos. Seu caso foi analisado por uma empresa credenciada no estado e sua casa está com leilão marcado. “Estamos tentando salvar esta senhora. Ela perdeu $ 6 mil e eles jamais iniciaram uma negociação com o banco. Agora precisamos apelar para tentar reverter esta situação”, disse Dell Costa – a empresa dele está tentando ajudar algumas vítimas.
Fonte: Beto Moraes
Este mesmo proceder é aplicado aqui no Brasil. Agora, vemos que a conduta fraudulenta sofre exportação.