Jovens Brasileiros Marcam Presença no Cenário Musical dos EUA

Depois de passar em uma competição concorrida, o violinista Yuri Figueiredo, de 14 anos, se apresentará no Carnegie Hall.

Um toca violino e o outro percussão. Um vive na Flórida e o outro passa uma temporada de um ano na Pensilvânia. Além de serem brasileiros, esses dois jovens têm em comum o foco no sonho de seguir o caminho da música nos Estados Unidos, embora em áreas completamente diferentes.

Depois de passar em uma competição concorrida, o violinista Yuri Figueiredo, de 14 anos, se apresentará no Carnegie Hall, no dia 29, enquanto Tiago Ayoub, 24 anos, de Atibaia, São Paulo, começará com um desfile de St. Patrik’s Day em Holyoke, Massachusetts, no dia 17, uma temporada que se estenderá por quanto tempo sua permanência nos Estados Unidos permitir junto ao The Hawthorne Caballeros Drum Corps. Tiago acredita ser o único brasileiro competindo no Drum Corps America (DCA) e precisou de muito foco e persistência para chegar até aqui.

Violino, o primeiro brinquedo

Yuri ganhou seu primeiro violino aos dois anos de idade. “Era o seu ‘brinquedo’ mais caro e ele tinha muito cuidado, nunca quebrou ou deixava algum estranho brincar”, lembra sua mãe, Greice Figueiredo, que vive com o filho em Delray Beach. Mas foi aos nove anos que Yuri começou a levar a música a sério. “Ele estudava em São Paulo com o pai e já participou de alguns festivais de música. Seu pai é violinista, dá aula em faculdade e trabalha em projetos com João Carlos Martins em São Paulo”, conta Greice, que vive no sul da Flórida há seis anos. “Hoje, aos 15 anos, Yuri é um adolescente dedicado, estuda quatro horas de violino por dia, além das duas horas diárias na escola”.

“Em vez de ouvir Rock n Roll, ele ouve Bach”, conta Greice. “Todos os dias, quando o busco no trem voltando da escola, ele conecta o celular e me mostra o vídeo de algum violinista ‘radical’”.

Greice veio antes para os Estados Unidos e só conseguiu convencer seu filho de vir morar com ela, no ano passado, através da música, quando o levou para conhecer a Alexander Dreyfoos School of Arts, em West Palm Beach, um high school público, totalmente voltado às artes. Yuri venceu o primeiro grande desafio: passar em uma audição na qual 1,3 mil alunos concorriam a 348 vagas.

Yuri logo ingressou na orquestra da escola e, no final de 2012, passou na seleção para apresentar um dos solos, no final desse mês, no Carnegie Hall de Nova York, considerado o teatro referência da música erudita, onde já se apresentaram grandes gênios da história da música.

Na seleção, o candidato toca atrás de uma tela para que o jurado não veja quem escolheu. Cada violinista recebe um número. O júri vota no número e não no violinista, que eles não sabem quem é. Yuri foi escolhido duas vezes, por números e músicas diferentes.

Depois de se formar no ensino médio, os planos de Yuri são de se graduar no Conservatório de Música da Philadelphia ou da Alemanha.

Da fanfarra ao Drum Corps America

A paixão de Tiago Ayoub pela percussão e pela música de fanfarra começou logo cedo, aos 13 anos, quando descobriu que a fanfarra da cidade de Atibaia tinha uma escola de música e resolveu se matricular.

Logo, conseguiu uma vaga na percussão da fanfarra municipal.
Foi durante um workshop com um professor americano, em 2004, que Tiago viu,pela primeira vez, um vídeo de uma Drum Corp, que se diferencia pela complexidade da banda e diversidade de instrumentos.

“Fiquei encantado, pois tudo isso era novo no Brasil. Foi aí que comecei a buscar informações sobre essas bandas”, contou Tiago ao GAZETA. “Na mesma época, muitas bandas e fanfarras no Brasil tentaram fazer algo parecido com as Drum Corps, inclusive a fanfarra que eu tocava. Com isso, tivemos muitas visitas de professores americanos levando muita informação”.

Mas o estilo das Drum Corps no Brasil começou a desaparecer, já que se levantou a preocupação de uma perda de identidade das tradições marciais do Brasil e as bandas voltaram a ser de fanfarra ou marciais, contou Tiago.

O jovem tocou na Progresso Drum & Brass Corp, a primeira a assumir o estilo no Brasil e uma das únicas a sobreviver por um tempo depois da desistência das outras bandas. “Nessa época, aprendi muita coisa nova, e decidi de vez que eu iria tocar em uma Drum Corp americana”.

Em 2011, Tiago conseguiu uma bolsa de estudos para tocar em uma Drum Corp nos EUA, a Excelsior Drum & Bugle Corp. Para conseguir vir ao país norte-americano, Tiago precisou até pedir dinheiro na rua, mas não permaneceu nos EUA até o fim de sua temporada porque a banda foi desativada.

Em 2012, depois de muita persistência, Tiago conseguiu uma nova bolsa, agora em uma das mais antigas e respeitadas Drum Corps americanas, a The Hawthorne Caballeros. Agora, morando em Williamsport, na Pensilvânia, desde novembro de 2012, Tiago é o único brasileiro a participar do campeonato chamado Drum Corps America (DCA). “Este ano, pretendo participar de um campeonato americano de solos chamado I&E, onde competirei com grandes nomes do meio das Drum Corps. Chegar até aqui não foi fácil, mas com muita garra, humildade e simplicidade, acreditei em meu sonho”.

 

Fonte: Gazeta News

Redação BNEU

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