Grupo Mulher Brasileira Prepara Festa Popular para Celebrar Seus 19 Anos

Na quinta-feira da próxima semana, no dia 24, Cambridge vai ficar mais verde e amarela quando o restaurante Midwest Grill torna-se, a partir das 18 horas, o palco de celebração do aniversário do Grupo Mulher Brasileira (GMB).

Há 19 anos, uma das organizações brasileiras mais importantes do país começou quase que por acaso e hoje cumpre papel-chave em conquistas como a Carta de Direitos dos Trabalhadores Domésticos em Massachusetts, que garante benefícios trabalhistas à classe, e a ordem executiva do Ato de Segurança, que inibe o policial de agir como agente de imigração em Somerville.

Para a diretora executiva do GMB, Heloísa Galvão, é impressionante a organização ter avançado tanto. “Nós nunca planejamos fundar uma organização comunitária e nem imaginávamos em menos de duas décadas estaríamos lutando com a comunidade”, observa Heloisa.

Durante o evento, haverá a entrega do trofeu “Coragem” ao governdor Deval Patrick, que em janeiro deixa o cargo, e do “Liderança” ao prefeito de Somerville, Joe Curtatone, que saiu na frente e transformou Somerville na primeira cidade do estado a garantir que imigrantes não seriam entregues ao ICE por razões civis.

“Ambos têm feito a diferença. Nós temos que reconhecer quem não se intimida”, ressalta Heloisa.

A ativista e uma das fundadoras do grupo reconhece que a festa não celebra apenas vitórias, mas é o momento de renovar as energias para continuar a luta pela reforma imigratória e para retomar batalhas locais como a carteira de motorista para os residentes de Massachusetts que não tem o seguro social. Em tempo: O projeto Safe Driving chegou mais longe esse ano, mas bateu na trave e foi arquivado.

Para garantir que o convidado principal – a comunidade brasileira – esteja presente, o evento conta com convites a preços acessíveis. Os valores variam entre $40 e $50 e podem ser pagos através do site www.verdeamarelo.org ou na entrada do restaurante. O participante também tem a opção de enviar um cheque para a organização.

“Esse valor simbólico vai nos ajudar a manter as atividades diárias da organização que não tem fins lucrativos e sobrevive de doações”, explica Heloísa.

Já Regina Bertholdo, presidente da diretoria do Grupo, enfatiza que a celebração é uma oportunidade para a comunidade conhecer melhor a organização. “Precisamos desses eventos também para arrecadar fundos. Em tempos de recessão, a liberação de verbas por fundações estão mais limitadas e nos força a nos mobilizar em torno de atos beneficientes. Esperamos poder contar com o apoio da comunidade, como sempre”, reconhece.

Trajetória – O GMB nasceu em 1995 para suprir a necessidade de criar um espaço para os brasileiros, em especial as mulheres, se encontrar e entender melhor o sistema local. “Os brasileiros ainda não tinham firmado uma identidade própria”, lembra Heloísa.

Hoje, a realidade é outra. Massachusetts abriga a maior comunidade brasileira dos Estados Unidos e o maior grupo imigrante recém-chegado no estado. Além disso, em 2011, os brasileiros formar o segundo maior grupo de novos cidadãos norte-americanos, logo depois dos domenicanos. “Além da nossa comunidade abandonar o manto de indocumentada, há brasileiras e brasileiros ocupando todos os níveis profissionais e ninguém mais tem desculpa para nos ignorar”, observa Heloísa.

Esse progresso, garante Heloísa, é gratificante e ajuda a organização a superar os obstáculos e dificuldades. “Cada vez que vamos na State House, toda vez que reivindicamos um direito ou denunciamos uma arbitrariedade, damos voz a nossa gente e isso é que nos faz fortes e legitima nosso trabalho.”

Em 19 anos, o GMB atendeu mais de 100 mil pessoas em diversas situações, de imigração à violência doméstica; de matrícula escolar à direitos trabalhistas. Além disso, pelo menos 1 mil pessoas, a maioria mulheres, foram treinadas em como evitar o uso de produtos químicos de limpeza, uma iniciativa que salva vidas.

“Nossa política é atender quem nos procura, mesmo que o pedido esteja completamente fora do que fazemos. É um privilégio sermos procuradas, existem muitas outras organizações e se alguém vem até nós é porque confia. Não vamos deixar a pessoa sem resposta”, destaca a diretora.

Mas as conquistas também se refletem na estrutura da organização. “Há dois anos, o Grupo conseguiu alugar seu próprio espaco em Brighton”, cita Heloísa.

O grupo também aprendeu com outras instituições americanas que a comunidade deve compartilhar da responsabilidade de manter a sua representatividade. “Somente a partir do ano passado começamos a pedir uma doação no valor de $25 para determinados serviços que prestamos, mas não deixamos de atender quando a doação não é feita”, avisa. “As fundações que nos dão dinheiro para desempenharmos determinados projetos querem ver a contrapartia da comunidade. Eles nos cobram isso”, completa.

 

Fonte: Beto Moraes

Redação BNEU

Nós somos a equipe Brasileiros nos Estados Unidos ponto com. O nosso objetivo é prover uma série de informações e facilidades para a comunidade brasileira nos Estados Unidos e para os brasileiros que querem saber mais sobre a vida nos Estados Unidos.

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Mehmet
9 anos atrás

Oi Vinia, nao conhee7o Morgan Hill. Pelo que vc contou, deve ficar le1 pros lados da Peninsula ( a ponta sul da baia), eu quase nunca vou pra la. Nem tenta teazrr requeijao ou nenhum tipo de queijo, pq els te param na alfandega. Eu nao sinto muito falta dos produtos brasileiros pq aqui perto da onde moro, tem uma lojinha que se chama Bossa Nova Brasil, onde vendem biscoito Nestle ( que eu sempre compro), sucos Maguari, goiabada e mais um montao de coisas. Na proxima vez que eu passar la, posso ver se tem requeijao. De qq forma,… Read more »

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